Os grandes desperdícios da gestão de leitos hospitalares

Os grandes desperdícios da gestão de leitos hospitalares

Como o desperdício de Superprodução afeta no Tempo de Permanência do Paciente no Leito Hospitalar

No meu último artigo eu escrevi sobre como o Hospital Virginia Mason Medical Center vem melhorando as suas práticas do dia a dia rumo a Saúde Baseada em Valor (SBV).

Nesse artigo, vou falar um pouco sobre como a SBV se aplica no tempo de permanência do paciente no leito hospitalar.

Resgatando a definição de Saúde Baseada em Valor de Michael Porter da Harvard Business School.

Valor é o resultado obtido pelo paciente, dividido pelo custo de entrega desse resultado (Valor = resultado obtido pelo paciente / custo de entrega desse resultado).

Inicialmente manterei o numerador dessa equação intacto (resultado obtido pelo paciente) e falarei mais sobre o denominador, ou seja, entrarei na seara dos custos.

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Existe uma forte correlação entre excesso de custos e um desperdício muito recorrente nos hospitais. A Superprodução.

Superprodução significa ao pé da letra “produzir ou fazer mais que o necessário”.

Superprodução não está relacionada com mais qualidade. Superprodução não está relacionada com superar as expectativas. Está de fato relacionada com a geração de custos desnecessários.

Pois bem. A superprodução é um desperdício que está em várias áreas e processos de um hospital.  E nesse sentido, o desperdício da Superprodução também acontece em atividades associadas à permanência do paciente no leito.

Levando-se ao pé da letra e ao extremo o conceito de superprodução, um bom gerenciamento de leitos implica que o paciente não deveria ficar no leito nem um segundo a mais e nem um segundo a menos que o tempo estritamente necessário. Mas é comum nos hospitais o paciente ficar no leito mais tempo que o necessário. Por quê?

Alguns problemas comuns que levam o paciente a ficar mais tempo que o necessário nos leitos e consequentemente, indicam que o gerenciamento de leitos precisa ser melhorado são:

1)     Atrasos e/ou falta de controle dos horários de medicação dos pacientes nos leitos;

2)    Atrasos dos exames laboratoriais;

3)    Dificuldades no gerenciamento do possível dia de alta do paciente;

4)    Atraso do médico para dar a alta ao paciente;

5)    O paciente, após ter recebido alta, espera pelos seus familiares no próprio leito;

6)    Atraso na finalização da documentação do paciente;

E além dos atrasos relativos a saída do paciente do leito, também existem os atrasos associados a liberação do leito para o próximo paciente.

Esses e outros problemas resultam em:

  • Menor giro de leitos;
  • Menos pacientes atendidos no hospital por falta de leitos;
  • Insatisfação dos médicos por não conseguirem fazer mais cirurgias, por falta de leitos;
  • Aumento do risco de infecção hospitalar pelo paciente e consequentemente redução do valor ao paciente

A gestão adequada dos leitos hospitalares é de extrema importância, principalmente para o Brasil. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a média mundial é de 3 leitos para cada 1000 habitantes. Porém no Brasil temos apenas 2 leitos para cada 1000 habitantes.

Se os recursos financeiros estão escassos para investir na ampliação dos leitos, saiba que sempre existe uma capacidade “oculta” dentro do hospital, que poderá ser “reexibida” através de uma melhor gestão de leitos.

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É curioso notar que o tempo de permanência do paciente no leito pode também ser afetado por outros fatores que aparentemente não possuem correlação com os problemas supracitados. Você sabia que a sequência de cirurgias programadas no agendamento cirúrgico pode afetar o tempo médio de permanência do paciente no leito?

Por fim, a superprodução é um desperdício que está em várias áreas de um hospital, e inevitavelmente ela incorre em maiores custos. Se você quiser reduzir custos hospitalares e entregar mais valor ao paciente, procure pela superprodução. Ela está em todos os cantos de um hospital.

Obrigado por ler este artigo. Eu regularmente escrevo nesse canal sobre as tendências da Saúde Baseada em Valor. Para ler meus futuros artigos, é só me seguir no Linkedin. E sinta-se à vontade em entrar em contato comigo. Vamos trocar experiências.

Este artigo também está disponível em: https://www.linkedin.com/pulse/saúde-baseada-em-valor-o-desperdício-superprodução-tempo-mardegan

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